Começou não se sabe como,
nem quando
nem porque.
Resta-nos este espaço,
e o que nele há.
E no que há,
este lugar,
onde vida,
onde humanos,
onde pensamentos,
onde toda imaginação
possível.
Resta-nos o tempo,
onde um percurso
se traça em movimento
a se desenrolar
seguindo no rumo
do que vai sendo.
O Universo,
as galáxias,
os asteróides,
os meteoros,
os meteoritos,
a poeira cósmica,
o buraco negro,
as cintilantes estrelas,
o sol e os planetas a girarem em torno;
a lua que resplandece a noite;
as nuvens que flutuam no ar;
a chuva, mágica da água;
o mar em seu constante balanço;
os metais que a terra guarda;
as admiráveis pedras preciosas;
as montanhas que se impõem às alturas;
os imensos desertos,
nós no mundo,
os animais,
dos inocentes quadrúpedes,
às aves que voam nas matas;
dos peixes que se movimentam dentro das águas
aos intrigantes insetos;
das borboletas e suas asas coloridas
à serpente que desliza, fatal;
do pavão e sua calda exuberante
às incansáveis formiguinhas;
dos asquerosos vermes
aos seres invisíveis a olho nu;
Deus,
tudo é mistério.
Astro circulante,
de longe a retornar,
célere a chegar.
próximo a passar.
Vem, passa, vai,
em reta tangencial.
Tanto tempo
entre suas aparições
quanto a enormidade
da sua órbita.
Entre as aparições
gerações passam.
Pronunciado,
mistificado,
confunde-se com as novas
do seu tempo.
Multidões sintonizam
impressionadamente,
influenciadamente.
Acentuam-se inspirações
de concepções e entendimentos
do universo, da vida,
do bem, do mal.
A magia da aparição
irradia encanto cósmico;
faz germinar nas mentes propensas
idealizações de mundo melhor
neste ninho de vida,
nosso planeta Terra.
O sol sempre está
a amanhecer algum lugar na Terra,
que gira,
embebida em sua ofuscante luz.
Seus primeiros raios
iniciam mais um dia
sobre imensos desertos
e elevadas montanhas;
sua luz projeta aos olhos
os distantes contornos do planeta;
sua luminosidade cruza
a superfície ondulante
das águas oceânicas,
dissipando trevas,
nas profundezas onde alcança;
sobre florestas,
densos canteiros,
incontáveis folhas
absorvem sua luz,
e, fazendo-se opacas
aos seus fúlgidos raios,
preservam o equilíbrio
de um mundo em sombras;
sobre as cidades
acorda os homens
para mais um dia,
na busca da vida,
erguer o sonho
sob a imprecisão da vida.
O sol sempre está
a amanhecer algum lugar na Terra
quando encaro seu corpo morno, crepuscular,
e medito no que há de novo
desde sempre,
sob seu foco:
prodígios e estupidezes da humanidade.
Nossa história se sucede sob seu foco vital.
O sol sempre está...
Mesmo à noite,
quando reina a lua,
soberana na escuridão do céu,
é ainda o sol
que veste seu corpo de luz.
As aves chamam-no
Ar;
os peixes,
Água;
os homens,
Terra;
tanto quanto porém é
Fogo.
Um tempo fui criança,
pequenino ser humano,
precisado do amor,
da proteção, da compreensão
dos adultos que me rodeavam.
Sem consciência ,
sem pensamento;
nada na mente,
nada no coração;
nenhuma razão,
nenhum saber;
mas muita fragilidade
e necessidade de atenção.
Era um anjo da natureza;
inocentezinho da vida.
Tão vulnerável
como são as crianças;
era belo
como são as crianças;
era admirado
como são as crianças.
Era a pureza da vida;
era uma beleza da natureza,
como as flores,
o mar,
o céu;
as estrelas.
Vivia no Reino dos Céus de Jesus,
sem saber do mal,
da crueldade do mundo.
Tudo só o bom,
tudo tão bom-bons.
Era uma criança.
Meu tempo de ser na vida
o mais caro bem,
bem como são
os adoráveis pequeninos.
Digna de exaltação é a natureza,
pelas maravilhosas grandezas
que induzem à contemplação,
despertando admiração.
Magnífico é o sol resplandecente.
A Terra ilumina excelsamente.
Esplendoroso astro, de brilho preciso;
energia vital; calor; luz do paraíso.
O céu, que se distende azul ao infinito,
apresenta aspectos os mais bonitos.
Realçam-lhe as multiformes nuvens,
chuvas, relâmpagos, raios, arco-íris que surgem.
À noite é ainda demasiadamente formoso;
com a lua e as estrelas faz-se assim luminoso.
Brilhantes cravados no escuro do firmamento
proporcionam momentos de enlevamento.
Tem esplêndida grandiosidade o mar.
Arrebatadoramente espetacular.
Um mundo de água em balanço constante,
e de infindas ondas estrondeantes.
E no mar deságuam os rios suas correntes,
advindas das mais cristalinas nascentes;
inexoráveis, com toda água se vão,
deslizando em fundos sulcos no chão.
São relevantes as montanhas, portentosas;
imponentemente imperiosas.
O solo que se ergue elevadamente.
Altíssimos picos em nuvens envolventes.
O providente verde que brota na Terra
é ostentoso na exuberância que encerra;
dá-nos deliciosos frutos, o alimento,
e flores de sublime encantamento.
Os animais também nos fazem impressionar.
Sejam da terra, da água ou do ar.
Espécies diversas, as mais diferentes,
são mágicas criaturas presentes.
Fascinante a inteligência humana.
Faz notável a raça, que progride soberana,
sobrevivendo graças a esse princípio ativo,
ainda que coexista todo um lado negativo.
E o que dizer das pedras preciosas, dos planetas;
dos vulcões, dos meteoros, dos asteróides, dos cometas;
de todo o mistério da causa primeira
e da compleição da estrutura inteira?
Mesmo enfurecendo-se a natureza em rompantes,
toma-nos de espanto por quão impressionantes.
Terremotos, maremotos, tempestades, furacões...
Das tristes conseqüências suscitam reflexões...
A própria vida que então vivenciamos,
e que com toda a ciência ainda não deciframos
é um enigma com o qual não podemos atinar:
algo invisível na matéria a pulsar.
É extraordinário a ocorrência de corações grandiosos.
Iluminados, de feitos e ditos prodigiosos.
Divinizados, se fazem à alma de um povo encaminhar;
eternizados, capazes de um novo tempo iniciar.
Possui o universo belezas suntuosas.
Nos faz conceber a natureza prodigiosa,
quando ela nos pomos a apreciar
em suas radiantes cores a vibrar.