O Universo, as galáxias, os asteróides, os meteoros, os meteoritos, a poeira cósmica, o buraco negro, as cintilantes estrelas,
o sol e os planetas a girarem em torno; a lua que resplandece a noite; as nuvens que flutuam no ar; a chuva, mágica da água; o mar em seu constante balanço; os metais que a terra guarda; as admiráveis pedras preciosas;
as montanhas que se impõem às alturas; os imensos desertos, nós no mundo, os animais, dos inocentes quadrúpedes, às aves que voam nas matas; dos peixes que se movimentam dentro das águas aos intrigantes insetos; das borboletas e suas asas coloridas à serpente que desliza, fatal; do pavão e sua calda exuberante às incansáveis formiguinhas; dos asquerosos vermes aos seres invisíveis a olho nu; Deus, tudo é mistério.
O sol sempre está a amanhecer algum lugar na Terra, que gira, embebida em sua ofuscante luz.
Seus primeiros raios iniciam mais um dia sobre imensos desertos e elevadas montanhas; sua luz projeta aos olhos os distantes contornos do planeta;
sua luminosidade cruza a superfície ondulante das águas oceânicas, dissipando trevas, nas profundezas onde alcança;
sobre florestas, densos canteiros, incontáveis folhas absorvem sua luz, e, fazendo-se opacas aos seus fúlgidos raios, preservam o equilíbrio de um mundo em sombras;
sobre as cidades acorda os homens para mais um dia, na busca da vida, erguer o sonho sob a imprecisão da vida.
O sol sempre está a amanhecer algum lugar na Terra quando encaro seu corpo morno, crepuscular, e medito no que há de novo desde sempre, sob seu foco: prodígios e estupidezes da humanidade. Nossa história se sucede sob seu foco vital.
O sol sempre está... Mesmo à noite, quando reina a lua, soberana na escuridão do céu, é ainda o sol que veste seu corpo de luz.
Um tempo fui criança, pequenino ser humano, precisado do amor, da proteção, da compreensão dos adultos que me rodeavam.
Sem consciência , sem pensamento; nada na mente, nada no coração; nenhuma razão, nenhum saber; mas muita fragilidade e necessidade de atenção.
Era um anjo da natureza; inocentezinho da vida. Tão vulnerável como são as crianças; era belo como são as crianças; era admirado como são as crianças.
Era a pureza da vida; era uma beleza da natureza, como as flores, o mar, o céu; as estrelas.
Vivia no Reino dos Céus de Jesus, sem saber do mal, da crueldade do mundo. Tudo só o bom, tudo tão bom-bons. Era uma criança. Meu tempo de ser na vida o mais caro bem, bem como são os adoráveis pequeninos.
Digna de exaltação é a natureza, pelas maravilhosas grandezas que induzem à contemplação, despertando admiração.
Magnífico é o sol resplandecente. A Terra ilumina excelsamente. Esplendoroso astro, de brilho preciso; energia vital; calor; luz do paraíso.
O céu, que se distende azul ao infinito, apresenta aspectos os mais bonitos. Realçam-lhe as multiformes nuvens, chuvas, relâmpagos, raios, arco-íris que surgem.
À noite é ainda demasiadamente formoso; com a lua e as estrelas faz-se assim luminoso. Brilhantes cravados no escuro do firmamento proporcionam momentos de enlevamento.
Tem esplêndida grandiosidade o mar. Arrebatadoramente espetacular. Um mundo de água em balanço constante, e de infindas ondas estrondeantes.
E no mar deságuam os rios suas correntes, advindas das mais cristalinas nascentes; inexoráveis, com toda água se vão, deslizando em fundos sulcos no chão.
São relevantes as montanhas, portentosas; imponentemente imperiosas. O solo que se ergue elevadamente. Altíssimos picos em nuvens envolventes.
O providente verde que brota na Terra é ostentoso na exuberância que encerra; dá-nos deliciosos frutos, o alimento, e flores de sublime encantamento.
Os animais também nos fazem impressionar. Sejam da terra, da água ou do ar. Espécies diversas, as mais diferentes, são mágicas criaturas presentes.
Fascinante a inteligência humana. Faz notável a raça, que progride soberana, sobrevivendo graças a esse princípio ativo, ainda que coexista todo um lado negativo.
E o que dizer das pedras preciosas, dos planetas; dos vulcões, dos meteoros, dos asteróides, dos cometas; de todo o mistério da causa primeira e da compleição da estrutura inteira?
Mesmo enfurecendo-se a natureza em rompantes, toma-nos de espanto por quão impressionantes. Terremotos, maremotos, tempestades, furacões... Das tristes conseqüências suscitam reflexões...
A própria vida que então vivenciamos, e que com toda a ciência ainda não deciframos é um enigma com o qual não podemos atinar: algo invisível na matéria a pulsar.
É extraordinário a ocorrência de corações grandiosos. Iluminados, de feitos e ditos prodigiosos. Divinizados, se fazem à alma de um povo encaminhar; eternizados, capazes de um novo tempo iniciar.
Possui o universo belezas suntuosas. Nos faz conceber a natureza prodigiosa, quando ela nos pomos a apreciar em suas radiantes cores a vibrar.