quinta-feira, 20 de maio de 2021

Amizade a Sofia





Começou não se sabe como,
nem quando
nem porque.

Resta-nos este espaço,
e o que nele há.
E no que há,
este lugar,
onde vida,
onde humanos,
onde pensamentos,
onde toda imaginação
possível.

Resta-nos o tempo,
onde um percurso
se traça em movimento
a se desenrolar
seguindo no rumo
do que vai sendo.


Astrocosmos



















O Universo,
as galáxias,
os asteróides,
os meteoros,
os meteoritos,
a poeira cósmica,
o buraco negro,
as cintilantes estrelas,

o sol e os planetas a girarem em torno;
a lua que resplandece a noite;
as nuvens que flutuam no ar;
a chuva, mágica da água;
o mar em seu constante balanço;
os metais que a terra guarda;
as admiráveis pedras preciosas;

as montanhas que se impõem às alturas;
os imensos desertos,
nós no mundo,
os animais,
dos inocentes quadrúpedes,
às aves que voam nas matas;
dos peixes que se movimentam dentro das águas
aos intrigantes insetos;
das borboletas e suas asas coloridas
à serpente que desliza, fatal;
do pavão e sua calda exuberante
às incansáveis formiguinhas;
dos asquerosos vermes
aos seres invisíveis a olho nu;
Deus,
tudo é mistério.

Halley














Astro circulante,
de longe a retornar,
célere a chegar.
próximo a passar.

Vem, passa, vai,
em reta tangencial.

Tanto tempo
entre suas aparições
quanto a enormidade
da sua órbita.

Entre as aparições
gerações passam.

Pronunciado,
mistificado,
confunde-se com as novas
do seu tempo.

Multidões sintonizam
impressionadamente,
influenciadamente.

Acentuam-se inspirações
de concepções e entendimentos
do universo, da vida,
do bem, do mal.

A magia da aparição
irradia encanto cósmico;
faz germinar nas mentes propensas
idealizações de mundo melhor
neste ninho de vida,
nosso planeta Terra.

O Sol



















O sol sempre está
a amanhecer algum lugar na Terra,
que gira,
embebida em sua ofuscante luz.

Seus primeiros raios
iniciam mais um dia
sobre imensos desertos
e elevadas montanhas;
sua luz projeta aos olhos
os distantes contornos do planeta;

sua luminosidade cruza
a superfície ondulante
das águas oceânicas,
dissipando trevas,
nas profundezas onde alcança;

sobre florestas,
densos canteiros,
incontáveis folhas
absorvem sua luz,
e, fazendo-se opacas
aos seus fúlgidos raios,
preservam o equilíbrio
de um mundo em sombras;

sobre as cidades
acorda os homens
para mais um dia,
na busca da vida,
erguer o sonho
sob a imprecisão da vida.

O sol sempre está
a amanhecer algum lugar na Terra
quando encaro seu corpo morno, crepuscular,
e medito no que há de novo
desde sempre,
sob seu foco:
prodígios e estupidezes da humanidade.
Nossa história se sucede sob seu foco vital.

O sol sempre está...
Mesmo à noite,
quando reina a lua,
soberana na escuridão do céu,
é ainda o sol
que veste seu corpo de luz.

O Planeta



















As aves chamam-no
Ar;

os peixes,
Água;

os homens,
Terra;

tanto quanto porém é
Fogo.

Adoráveis Pequeninos














Um tempo fui criança,
pequenino ser humano,
precisado do amor,
da proteção, da compreensão
dos adultos que me rodeavam.

Sem consciência ,
sem pensamento;
nada na mente,
nada no coração;
nenhuma razão,
nenhum saber;
mas muita fragilidade
e necessidade de atenção.

Era um anjo da natureza;
inocentezinho da vida.
Tão vulnerável
como são as crianças;
era belo
como são as crianças;
era admirado
como são as crianças.

Era a pureza da vida;
era uma beleza da natureza,
como as flores,
o mar,
o céu;
as estrelas.

Vivia no Reino dos Céus de Jesus,
sem saber do mal,
da crueldade do mundo.
Tudo só o bom,
tudo tão bom-bons.
Era uma criança.
Meu tempo de ser na vida
o mais caro bem,
bem como são
os adoráveis pequeninos. 

Exaltação à Natureza















Digna de exaltação é a natureza,
pelas maravilhosas grandezas
que induzem à contemplação,
despertando admiração.

Magnífico é o sol resplandecente.
A Terra ilumina excelsamente.
Esplendoroso astro, de brilho preciso;
energia vital; calor; luz do paraíso.

O céu, que se distende azul ao infinito,
apresenta aspectos os mais bonitos.
Realçam-lhe as multiformes nuvens,
chuvas, relâmpagos, raios, arco-íris que surgem.

À noite é ainda demasiadamente formoso;
com a lua e as estrelas faz-se assim luminoso.
Brilhantes cravados no escuro do firmamento
proporcionam momentos de enlevamento.

Tem esplêndida grandiosidade o mar.
Arrebatadoramente espetacular.
Um mundo de água em balanço constante,
e de infindas ondas estrondeantes.

E no mar deságuam os rios suas correntes,
advindas das mais cristalinas nascentes;
inexoráveis, com toda água se vão,
deslizando em fundos sulcos no chão.

São relevantes as montanhas, portentosas;
imponentemente imperiosas.
O solo que se ergue elevadamente.
Altíssimos picos em nuvens envolventes.

O providente verde que brota na Terra
é ostentoso na exuberância que encerra;
dá-nos deliciosos frutos, o alimento,
e flores de sublime encantamento.

Os animais também nos fazem impressionar.
Sejam da terra, da água ou do ar.
Espécies diversas, as mais diferentes,
são mágicas criaturas presentes.

Fascinante a inteligência humana.
Faz notável a raça, que progride soberana,
sobrevivendo graças a esse princípio ativo,
ainda que coexista todo um lado negativo.

E o que dizer das pedras preciosas, dos planetas;
dos vulcões, dos meteoros, dos asteróides, dos cometas;
de todo o mistério da causa primeira
e da compleição da estrutura inteira?

Mesmo enfurecendo-se a natureza em rompantes,
toma-nos de espanto por quão impressionantes.
Terremotos, maremotos, tempestades, furacões...
Das tristes conseqüências suscitam reflexões...

A própria vida que então vivenciamos,
e que com toda a ciência ainda não deciframos
é um enigma com o qual não podemos atinar:
algo invisível na matéria a pulsar.

É extraordinário a ocorrência de corações grandiosos.
Iluminados, de feitos e ditos prodigiosos.
Divinizados, se fazem à alma de um povo encaminhar;
eternizados, capazes de um novo tempo iniciar.

Possui o universo belezas suntuosas.
Nos faz conceber a natureza prodigiosa,
quando ela nos pomos a apreciar
em suas radiantes cores a vibrar.